A maioria das pessoas não vê as brigas no casamento como um fator destruidor de relacionamentos, porque os entes queridos repreendem, apenas se divertem.
A psicóloga Katerina Buldaeva contou como as brigas afetam o casamento.
É assim que as pessoas estão acostumadas a raciocinar e a não perceber o impacto negativo que as brigas têm não só nas relações do casal, mas também no estado psicoemocional de cada parceiro.
Qualquer briga causa angústia na pessoa.
Se o estresse é geralmente entendido como o estado de uma pessoa em que ela experimenta alguma influência negativa externa, mas tem força e recursos suficientes para se adaptar a fatores externos desfavoráveis e superar algumas consequências, tornando-se assim mais forte e mais consciente, então a angústia destrói e oprime uma pessoa.
É o oposto do estresse saudável, quando a pessoa se encontra em uma situação desagradável e não possui energia vital e força para se adaptar adequadamente.
É esse estado destrutivo e deprimente que causa brigas não apenas no casamento, mas em qualquer relacionamento.
Não somos robôs, somos todos seres vivos e, claro, não podemos nos isolar completamente dos conflitos, desentendimentos e mal-entendidos que surgem. Brigas acontecem e isso é normal.
Eles estiveram, estão e sempre estarão em nossas vidas.
A tarefa mais importante é levar qualquer conflito a uma direção construtiva, para que ocorra a mesma adaptação às circunstâncias externas e para que o efeito positivo do estresse no corpo humano não resulte em um estado de angústia.
Via de regra, as brigas tornam-se uma forma de expressar o estado emocional.
Em meio às brigas, muitos passam a humilhar e insultar o parceiro, tocar onde dói, mencionar parentes e demonstrar alto nível de agressividade, podendo até jogar algo na parede ou utilizar outra força física.
Naturalmente, essas brigas deixam uma marca profunda na psique humana.
Nem todo parceiro será capaz de aceitar e perdoar tal manifestação de emoções. Do ponto de vista psicológico, expressar as suas emoções e sentimentos é importante e necessário; eles não podem ser suprimidos, mas é igualmente importante fazê-lo de uma forma amiga do ambiente, não só consigo mesmo, mas também com o seu parceiro.
Uma exceção podem ser os casais em que uma violenta explosão de emoções negativas durante uma briga leva a um pico de paixões no processo de reconciliação.
Assim, por exemplo, para obter o máximo prazer no sexo, eles precisam brigar muito para obter sensações vívidas de reconciliação em contraste.
Mas se esse desejo por sensações contrastantes se torna um fenômeno constante na vida cotidiana, então vale a pena considerar o quão saudável é essa relação.
Esta atitude pode tornar-se arraigada e os casais não podem mais fazer sexo se não tiverem brigado antes.
A base de qualquer relacionamento é construída na compreensão, no respeito mútuo e na capacidade de ouvir e compreender o seu parceiro.
Todas as pessoas são diferentes e as uniões amorosas muitas vezes são formadas por pessoas diferentes umas das outras. Porém, vocês podem ser pessoas completamente diferentes, mas capazes de conversar, comunicar, discutir e negociar.
Neste caso, qualquer briga será percebida não como um problema e um desastre, mas como uma tarefa e uma oportunidade de transmitir o seu ponto de vista, ouvir uma alternativa e encontrar uma solução de compromisso.