Prof. Ivan Staykov: As primeiras 4 horas após um AVC são as mais importantes para o seu tratamento

A clínica de neurologia do Hospital Acibadem City Clinic Tokuda recebeu uma distinção europeia de diamante no tratamento de acidente vascular cerebral. Os especialistas do centro médico cumpriram todos os critérios da iniciativa “Anjos” na organização e tratamento do AVC isquémico na sua fase aguda. A equipe liderada pelo chefe da clínica, Prof. Ivan Staykov, conseguiu aplicar o padrão ouro – o tratamento trombolítico para “derreter” os trombos que causaram o acidente vascular cerebral em mais de 25% dos pacientes. Um grande sucesso na organização do tratamento é o alcance de um tempo médio de 39 minutos desde a admissão do paciente no hospital até o início do tratamento para restaurar a patência dos vasos cerebrais afetados. O Prémio Diamante significa mais um passo em frente no melhor tratamento para pacientes com AVC isquémico no país e uma segunda oportunidade de vida sem consequências graves de uma das condições médicas mais graves que ameaçam a vida.

O Prof. Ivan Staykov é um dos principais neurologistas da Bulgária. Formou-se na Universidade Médica de Sófia em 1988. No período 1991 – 2006, trabalhou na Clínica de Neurologia – Unidade de Terapia Intensiva Nervosa da “Tsaritsa Yoanna-ISUL” UMBAL. Desde 2006, é chefe da Clínica de Neurologia do Hospital Acibadem City Clinic Tokuda, na capital.

– O que é a iniciativa “Anjos”, Prof. Staykov?

– A iniciativa “Anjos” é uma iniciativa internacional europeia para apoiar e distinguir equipas, especialistas, respetivamente hospitais, na organização e tratamento do AVC isquémico agudo – independentemente de ser com tratamento trombolítico ou com extração mecânica de trombos. Na verdade, esta iniciativa foi criada pela European Stroke Organization e abrange toda a Europa, com o objetivo de tornar iguais os critérios de tratamento dos pacientes tanto na Alemanha como na Bulgária. Ou seja ter uniformidade no tratamento desses pacientes. E nesse sentido, para ter incentivo, esta iniciativa atribui três prémios – ouro, platina e diamante. E para cada prêmio, critérios relevantes devem ser atendidos para que seja alcançado.

– Quais critérios sua clínica teve que atender para receber o prêmio diamante?

– No ano passado fomos indicados ao prêmio de platina e este ano recebemos o prêmio de diamante. Foi-nos apresentado no Congresso Europeu de AVC em Milão. Um dos critérios mais importantes para se chegar a essa distinção é criar uma organização tal que, desde a chegada do paciente ao hospital até o início do tratamento trombolítico, pelo menos 75% dos pacientes que procuraram ajuda tenham pontualidade abaixo de 1 hora. Como já se sabe que um AVC é tão urgente quanto um infarto, o objetivo é iniciar o tratamento o mais rápido possível, pois o lema é: “O tempo é cérebro”. O segundo critério é que esse mesmo tempo – desde a chegada do paciente ao hospital até o início do tratamento trombolítico – seja reduzido em pelo menos 50% dos pacientes para menos de 45 minutos, o que é extremamente rápido. Nesse tempo a gente tem que se orientar, fazer uma anamnese, fazer uma tomografia computadorizada de cabeça, fazer os exames laboratoriais necessários, colocar um abocate e um cateter adequado… E na verdade são muitos elos que estão nessa cadeia e que deve agir extremamente rapidamente.

O terceiro critério, que na verdade é um dos mais difíceis, é que de todos os pacientes que chegam com acidente vascular cerebral a este hospital, pelo menos 25% deles sejam tratados com terapia trombolítica. Administramos tratamento trombolítico a 26% dos nossos pacientes com AVC, reduzindo para 39 minutos o tempo desde a chegada do paciente ao hospital até o início do tratamento trombolítico, o que é realmente uma conquista muito séria. E é por isso que fomos indicados ao Prêmio Diamante.

– Como é feito o tratamento trombolítico?

– Em cerca de 80% dos casos de AVC, é isquêmico – a causa é o bloqueio de uma artéria cerebral por um coágulo sanguíneo – um trombo. O objetivo do tratamento trombolítico é “derreter” esse coágulo. Ou seja quebrando o coágulo e restaurando o fluxo sanguíneo. Mas para recorrer ao tratamento trombolítico, existem vários critérios que o paciente deve cumprir. Quando esse paciente atender a todos os critérios e encaixarmos o tempo – 4 horas e meia do início do AVC, podemos realizar esse tratamento. É uma infusão intravenosa de um agente trombolítico administrada durante 1 hora. Durante este tempo existem, claro, escalas de diagnóstico e acompanhamento terapêutico do paciente que devemos realizar. Mas a manipulação em si é bastante suave, uma infusão venosa.

Prof. Dr. Ivan Staykov

– Este tratamento é aplicado apenas no “Ajibadem City Clinic Tokuda Hospital”?

– Não. Na Bulgária, o tratamento trombolítico já está a ser feito em muitos locais. Mas a incidência geral do tratamento trombolítico, para sua informação, é de cerca de 1% – 1,5%. Enquanto conseguimos atingir 26%.

– Por que esse percentual é tão baixo?

– Existem muitas razões. Desconhecimento da medicação em si, medo de que possa ocorrer a complicação mais grave – hemorragia cerebral, mas acima de tudo a organização. Criar uma organização tal que quando um paciente entra no hospital acenda a luz vermelha de emergência, e não alguém pensando que pode deixar o paciente até que ele acabe o cigarro ou que tenha outro trabalho mais importante.

– Quantos tipos de traços existem, Prof. Staykov?

– Os acidentes vasculares cerebrais são isquêmicos e hemorrágicos. As hemorrágicas são divididas em hemorragias parenquimatosas e subaracnóideas. Entre o número total de AVC, a frequência de AVC isquêmico é de cerca de 75-80%. Ou seja esses são os derrames mais comuns. O AVC isquêmico é um distúrbio agudo da circulação sanguínea cerebral, com incapacidade de uma determinada área do cérebro de fornecer sangue, glicose e oxigênio. Na maioria das vezes, a causa disso é um coágulo sanguíneo – trombo ou êmbolo. O cérebro é bastante intolerante a este tipo de hipóxia e falta de sangue, por isso muitos estudos descobriram que se a trombólise for feita dentro de quatro horas e meia após o início do acidente vascular cerebral, faz sentido e o paciente pode realmente sair sem problemas. déficit neurológico. Mas se esse tempo for ultrapassado, o tratamento trombolítico perde o sentido.

– Existem critérios de exclusão para aplicação de tratamento trombolítico?

– Sim, existem vários critérios de acionamento. Um dos principais é o sangramento. Se for uma hemorragia cerebral não tem como fazer trombólise, porque não faz sentido. O outro critério de exclusão é uma grande área isquêmica. Ou seja se o paciente estiver em estado extremamente grave, por exemplo, em coma, não há sentido significativo em realizar trombólise. Ou isquemia grave, se já tiver se desenvolvido. O objetivo, de fato, do tratamento trombolítico é salvar o tecido funcional que circunda o núcleo do AVC incipiente. Mas depois de 4,5 horas do início do AVC, infelizmente, ocorre necrose, por isso o tempo e a velocidade da nossa reação são tão importantes.

– Quais são os fatores de risco para acidente vascular cerebral isquêmico?

– Os principais fatores de risco para acidente vascular cerebral isquêmico não são diferentes daqueles para ataque cardíaco. Em primeiro lugar, são hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo, dislipidemia – níveis elevados de colesterol no sangue, fibrilação atrial. Infelizmente, ainda há muitas pessoas na Bulgária que têm hipertensão não tratada e diabetes mal controlada. Outros fatores de risco são a apnéia obstrutiva do sono – ou seja. parar de respirar durante o sono, excesso de peso, idade, claro, uso pesado e sistemático de álcool, estresse, estilo de vida pouco saudável, etc.

– Podemos reconhecer o derrame?

– Esta é uma questão extremamente importante. Para que uma pessoa reaja rapidamente e ligue para o 112 ou possa trazer o seu ente querido de carro, é necessário saber quais são os sintomas de um AVC. Infelizmente, isso acontece repentinamente – perda da fala ou incapacidade de compreender a fala. Inclinação repentina do canto da boca para a esquerda ou direita – ou seja, distorção da metade facial. Fraqueza repentina, queda de braço ou perna, geralmente braço e perna de um lado ao mesmo tempo. Tonturas graves e repentinas, que também podem ser uma indicação de acidente vascular cerebral. Estes são os primeiros sintomas mais comuns de um acidente vascular cerebral aos quais devemos responder.

Rumiana Stefanova

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