Uma equipe de neurologistas, neurocirurgiões e engenheiros da Duke University (EUA) apresentou uma nova tecnologia que vai facilitar o processo de comunicação de pessoas que perderam a fala. É um implante que pode ler sinais cerebrais.
Em algumas doenças, como a ELA (esclerose lateral amiotrófica), o paciente tem dificuldade para falar ou perde completamente a capacidade de falar. Já existem dispositivos para ajudar essas pessoas a se comunicarem com o mundo, mas são lentos e difíceis de usar. Uma pessoa saudável, por exemplo, fala cerca de 150 palavras por minuto, e o melhor resultado para tais dispositivos é menos de 80 palavras.
Os autores do novo desenvolvimento colocaram 256 sensores microscópicos em um pedaço de plástico médico flexível, do tamanho de um selo postal. Neurônios localizados a centésimos de milímetro de distância podem realizar padrões de atividade completamente diferentes ao coordenar a fala.
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O novo implante é capaz de reconhecer sinais de células vizinhas, permitindo reproduzir a fala com mais precisão. Os cientistas testaram a invenção em voluntários. Os participantes do experimento repetiram as palavras que ouviram enquanto o dispositivo registrava a atividade do córtex motor da fala do cérebro de cada paciente.
O implante registrava a atividade cerebral e, com base nos sinais recebidos, determinava qual som deveria ser emitido. Na verdade, o dispositivo permite a comunicação com o poder do pensamento. A sua precisão é de cerca de 40%, o que os autores consideram um sucesso, relata a Nature Communications.
“Estamos numa fase em que ainda somos capazes de reproduzir a fala normal a um ritmo muito mais lento do que a fala natural. Mas vemos a trajetória ao longo da qual devemos avançar no nosso desenvolvimento futuro”, partilham os cientistas.