O maior mistério da aviação mundial! Durante quase uma década, Jiang Hui procurou respostas sobre o desaparecimento do avião que trouxe a sua mãe de volta da Malásia.
239 pessoas desapareceram sem deixar rastros / foto: pixabay
O mistério do avião que desapareceu sem deixar vestígios em 2014
Jiang Cuiyun, sua mãe, estava entre as 239 pessoas a bordo do voo 370 da Malaysia Airlines, que se desviou da rota planejada Kuala Lumpur-Pequim e desapareceu no Oceano Índico em 8 de março de 2014, segundo relatos.
Um tribunal chinês tenta fazer ‘justiça’
Até hoje, o destino do voo MH370 continua a ser um grande mistério na história da aviação e Jiang não desistiu dos seus esforços para descobrir a verdade. Um tribunal chinês começará a ouvir pedidos de indemnização para as famílias dos passageiros do voo MH370, que afirmam que o desastre os deixou sem entes queridos e em dificuldades financeiras.
Jiang, 50, disse: “Depois de quase 10 anos, os familiares não receberam nem desculpas nem compensação. Meu humor está extremamente complicado agora. Sinto uma combinação de alívio e desamparo.”
Jiang entrou com ações judiciais contra a Malaysia Airlines, companhias de seguros, a Boeing e o fabricante do motor do avião, responsabilizando-as, segundo a lei chinesa, pelos danos causados durante o transporte.
Suas reivindicações incluem compensação financeira, pedido oficial de desculpas, assistência psicológica às famílias afetadas e a criação de um fundo para continuar a busca pelos destroços do avião.
As empresas, processadas por 40 famílias
Cerca de 40 famílias chinesas processaram as empresas, argumentando motivos semelhantes, e as audiências estão programadas para durar até 5 de dezembro. Jiang terá sua própria audiência na sexta-feira. Das mais de 200 pessoas a bordo do avião, 153 eram cidadãos chineses.
Jiang destacou que a falta de soluções na última década trouxe grandes dificuldades às suas vidas. As empresas, incluindo Boeing e Rolls-Royce, não responderam aos pedidos de comentários da CNN. Não está claro o poder de aplicação da justiça chinesa no caso de uma decisão a favor de Jiang e de outros requerentes. Todas as empresas acusadas são internacionais, mas têm escritórios na China.
Casos semelhantes apresentados nos Estados Unidos pelas famílias das vítimas foram rejeitados com o argumento de que os julgamentos deveriam ser ouvidos na Malásia. Naquele país, dois rapazes que perderam o pai no avião misterioso processaram a Malaysia Airlines por quebra de contrato e o governo malaio por negligência em 2014, chegando a um acordo fora dos tribunais no ano seguinte.
Na China, as famílias que aceitaram um acordo receberam 2,5 milhões de yuans (US$ 350 mil) de indenização. Várias dezenas de famílias não assinaram inicialmente, mas ao longo dos anos mais optaram por celebrar acordos.
Agora, cerca de 40 famílias não aceitaram o acordo, alegando abdicação de responsabilidade por parte da companhia aérea e do governo malaio.
A pandemia e as medidas restritivas trouxeram dificuldades financeiras a muitas famílias chinesas. “Muitas de nossas famílias fizeram acordos para sobreviver. Nosso objetivo continua o mesmo: encontrar o avião e descobrir a verdade”Jiang disse.
A causa da queda do Malaysia Airlines 370 ainda não foi determinada
Um relatório de 2018 das autoridades malaias não conseguiu determinar a causa real do desaparecimento do MH370. Interferência ou erro humano são considerados causas prováveis, e não mau funcionamento de aeronaves ou sistemas, de acordo com o relatório.
A falta de provas claras alimentou várias teorias e especulações sobre o destino do avião, e Jiang observou que alguns membros da família ainda acreditam que os seus entes queridos estão vivos.
Ele ressaltou que estava aberto a qualquer resultado, desde que houvesse provas. Embora o avião não tenha sido localizado, fragmentos aparentes dos destroços foram descobertos em ilhas no sul do Oceano Índico e ao largo da costa de África, sugerindo que o avião se partiu.