Seria mais correto fazer a pergunta: não “como sair…?”, mas “como não entrar?” Mas, infelizmente, é raro alguém que possa se orgulhar de não ter essa experiência.
A psicóloga Paulina Zolotinskaya contou como sair de um relacionamento abusivo.
O mais importante para qualquer idade e sexo é conhecer-se, aceitar-se e valorizar-se. Parece que coisas tão simples, mas por alguma razão não estão totalmente desenvolvidas ou estão totalmente ausentes.
É claro que as razões para acabar em relacionamentos abusivos geralmente têm origem na infância. Muitas vezes, mas nem sempre. Se falamos dos ancestrais mais comuns desse caminho, então esse é o relacionamento com a mãe.
Sim, sim, precisamente com a minha mãe, e não com o meu pai. A mãe é o primeiro e muitas vezes o único adulto significativo que cria condições para o desenvolvimento da psique e, consequentemente, dos processos mentais da criança.
E se essas condições transmitem à psique “normalidade” como comparação, subestimação, menosprezo, restrições severas, privação de vontade e capacidade de tomar decisões, então esse ambiente específico é registrado como bem-sucedido para o funcionamento. A pessoa cresce e começa a procurar um ambiente familiar.
Já se escreveu bastante sobre relacionamentos abusivos. O que uma pessoa pode fazer para sair desse círculo?
Por mais estranho que possa parecer, o pedido é primordial. Interno e profundo. Este é o entendimento interior: TUDO, não posso mais fazer isso e não quero.
Não se forma pela presença de hematomas no corpo, nem mesmo por uma mandíbula quebrada, nem pela privação de comida e abrigo… não.
Para todos, este é o último marco, a gota d’água acontece no momento em que a morte chega. Acontece que algumas pessoas precisam suportar a destruição física e outras a destruição psicológica. Estatísticas tristes.
Aqueles que não completam o trabalho de transformação da personalidade voltam para os seus agressores em 80% dos casos ou encontram outros. É por isso que o algoritmo para reaparecer ao sair de um relacionamento abusivo é tão importante.
É muito importante obter apoio neste momento para que você tenha forças para enfrentar seus medos. O cérebro vai lançar dúvidas, não porque goste do que está acontecendo, não.
Mas porque ele sabe quais reações e ações uma pessoa produz. Se você sair da zona familiar, o cérebro será forçado a construir novas conexões neurais desconhecidas, a procurar novos modos de vida, o que é interpretado por ele como uma ameaça.
Depois de encontrar reforço (seja um psicólogo, família ou amigos), o próximo passo é compreender “COMO quero viver”. A consciência precisa receber um vetor de ações para que em determinado momento ela mesma crie as possibilidades de uma realidade próspera para o indivíduo.
Esse COMO esconde muita coisa: onde estou? O que/o que eu sou? O que eu estou fazendo? Com quem estou falando? Onde eu trabalho? Como quero ser comunicado?
Claro que com um especialista o caminho será mais curto e fácil, porque é preciso construir limites pessoais, superar traumas de infância, estimular apoios internos e externos, recriar a autoestima, aumentar a autoestima e assim sair do Cenário de abuso de uma vez por todas.
O sucesso depende inteiramente da intenção de uma pessoa. Pode não dar certo na primeira vez, mas isso não é motivo para desistir. Às vezes leva anos para perceber algo importante. A principal coisa a lembrar é que existem muito poucas coisas verdadeiramente impossíveis neste mundo.