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Por mais que nos concentremos no sucesso escolar e na inteligência das crianças, há um fator importante que não é medido pelas notas tradicionais. E isso se chama força de caráter. Não pode existir sem controle cognitivo – a capacidade de adiar a gratificação, controlar impulsos, administrar emoções e manter a concentração.
Qualquer criança, independentemente do ambiente em que viva, pode ser ensinada a desenvolver o controle cognitivo.
Numa entrevista a Oprah Winfrey, Daniel Goleman explica a sua observação:
“Visitei uma escola no Harlem, numa aula de espanhol do segundo ano. São crianças que vivem em habitações sociais, nas piores condições imagináveis. O professor desta aula pede às crianças que façam um exercício específico. Todos os dias, cada criança vai até seu armário, pega um brinquedo de pelúcia de lá, encontra um lugar para se deitar no tapete, coloca o brinquedo de pelúcia na barriga e vê-o subir quando inspiram e cair quando expiram. Conte um-dois-três ao inspirar e um-dois-três ao expirar.
Os benefícios do pouco tempo gasto neste exercício são sentidos ao longo do dia escolar, está convencido o professor. As crianças ficam mais calmas e concentradas, o que traz os benefícios mais importantes a longo prazo.
Do ponto de vista do cérebro, este exercício ajuda a fortalecer o córtex pré-frontal, que é o centro operacional, o “chefe” do cérebro. Aquela que aprende, onde planejamos, onde decidimos e realizamos.
O exercício ajuda a fortalecer o controle cognitivo, que é um forte preditor do sucesso futuro de uma criança.