Quanto à intuição, não há opinião unânime. Alguns a adoram, afirmam ouvi-la principalmente, percebem-na como uma força inexplicável. Outros negam-no totalmente, acreditam que é o oposto do pensamento racional, e que na verdade nos confundiriam em vez de nos ajudar. Mas há outros que acreditam que a razão e a intuição estão inextricavelmente ligadas e são simplesmente manifestações diferentes do poder das habilidades humanas. Vejamos os diferentes pontos de vista.
Ela é nossa voz interior
O professor espiritual Eckhart Tolle afirma: “Pensar não é sinônimo de consciência”. É apenas um dos seus lados. O pensamento não pode existir sem consciência, mas a consciência não precisa de pensar.”
Portanto, a intuição é simplesmente uma das manifestações da nossa consciência e deveria ter tanta importância quanto o pensamento racional. E de fato – há muitos professores espirituais que descrevem a intuição como uma conexão com uma mente superior, como uma voz interior profunda, como um eco do subconsciente… Eles acreditam que através de nossas sensações inexplicáveis podemos não apenas antecipar o que acontecerá com nós, mas também para mudarmos nós mesmos as nossas vidas. Porque é a intuição o poder superior que está codificado em cada um de nós.
Mesmo que não acreditemos nisso, ainda usamos
A afirmação mais difundida é que a intuição e a razão são opostas. O fato é que pessoas mais racionais têm mais dificuldade em aceitar o conceito de intuição. Em seu livro “Intuição – ” no entanto, José Silva argumenta que não é preciso acreditar na intuição ou mesmo reconhecê-la para usá-la. Ele dá exemplos de muitas pessoas em grandes empresas que afirmam ouvir apenas a sua razão, mas muitas vezes falam sobre ideias espontâneas que lhes surgiram por acidente e mudaram completamente os seus negócios. São essas ideias espontâneas que também são geradas pela intuição. Silva explica dizendo que a intuição não é apenas “a voz da nossa alma”, como alguns pensam, mas na verdade é a nossa capacidade de pensar diferente.
Inextricavelmente ligado à razão
Porém, muitos cientistas não negam a intuição, não a aceitam como uma espécie de manifestação espiritual, mas pelo contrário – como parte integrante da nossa razão.
O psiquiatra Frederick Goodwin fala sobre a intuição como um acúmulo de conhecimento inconsciente que usamos no momento apropriado. Ele dá um exemplo de que todos os dias nosso cérebro recebe muito mais informações do que imaginamos e mesmo sem ser pensado de forma racional, essas informações ficam armazenadas e no momento certo simplesmente aproveitamos sem nem percebermos para isso.
Tente! Por que não?
Quer você acredite ou não na intuição, quer você a veja como um acesso a uma inteligência superior ou como um armazenamento de arquivos no cérebro, nada o impede de tentar usá-la. Mesmo apenas como uma forma alternativa de pensar. As possibilidades são muitas. Os mais fáceis de implementar são:
– Sente-se diante de um pedaço de papel em branco em completo silêncio e anote todas as ideias que passarem pela sua cabeça, por mais malucas que sejam. Guarde-os e nos próximos dias veja se não se revelam a resposta para algum problema ou dificuldade.
– Antes de dormir, pergunte-se sobre algo sobre o qual você está hesitando – uma escolha difícil ou um problema intratável. Apenas pense nisso enquanto você faz isso. Pela manhã, tente se lembrar do seu sonho e se ele trouxe uma resposta para sua pergunta.
– Sente-se num local tranquilo, feche os olhos e respire profundamente. Pense em algo que o preocupa (um problema, uma escolha, uma pergunta), mas não pense em fatos, pense em imagens – deixe sua mente evocar imagens, mesmo que à primeira vista pareçam desarticuladas e vagas. Analise-os depois e julgue que mensagem eles têm para você.