Uma separação sempre levanta questões. Especialmente a separação que temíamos.
Muitos entes queridos nos deixaram. Aqueles em quem confiamos um dia simplesmente partiram, embora desejássemos tanto que eles estivessem conosco pelo resto de nossas vidas.
E nessas circunstâncias é fácil começar a procurar problemas dentro de você, perguntando incessantemente o que há de errado com você. O que você precisa mudar em você?
Mas se tentarmos encontrar a razão dentro de nós mesmos, perguntando-nos o que deveríamos ter feito melhor para que o ente querido permanecesse conosco, estaremos nos perguntando as perguntas erradas.
Porque a dor sempre nos traz algo que pode nos tornar mais sábios. Algo muito importante.
Nossos desejos mais fortes falam sobre quem somos.
A verdade sobre o desgosto reside no fato de que sentimos uma grande dor, não porque sentimos falta do ex-companheiro, mas porque romper com ele abre nossos olhos para nós mesmos.
Se estamos num relacionamento com uma pessoa que é forte nas áreas em que nos sentimos fracos, nos permitimos relaxar. Permitimos que isso compense as nossas deficiências – quer percebamos ou não.
Permitimos que sua gentileza equilibre nosso peso sobre ele mesmo. Deixamos que o seu otimismo compensasse o nosso cinismo; deixe sua espontaneidade desafiar nossa firmeza.
Se estivermos em um relacionamento com uma pessoa que tem a determinação que nos falta, torna-se impossível romper com ela. Porque sem ele teremos que enfrentar todas aquelas coisas nas quais não nos sentimos suficientemente confiantes.
Mas, na verdade, a sua ausência também nos dá aquele espaço de crescimento que nos faltou até agora. Porque o que mais sentimos falta quando uma pessoa nos deixa é quase sempre o que precisamos desenvolver dentro de nós.
Sua bondade é a bondade a ser desenvolvida em nós mesmos. Seu poder é algo que também devemos dominar. A compaixão que ele nos mostrou é a compaixão que devemos aprender a praticar. E o vazio deixado é um vazio que é importante aprender a preencher sem ele.
A cura para um coração partido não é uma nova pessoa, mas o nosso crescimento pessoal.
É a capacidade de nos distanciarmos da tristeza e reconhecermos suas causas. Para descobrir exatamente de onde vem. E então tentamos desenvolver em nós mesmos tudo o que nos falta
E por mais doloroso que seja, há também um lado positivo nisso – a separação permite que você descubra exatamente o que está escondido dentro de você e o que ainda precisa trabalhar para crescer como indivíduo.
Porque quando alguém desaparece de nossas vidas, fica um vazio.
E temos que fazer uma escolha simples: ou preenchemos esse vazio com outra pessoa, ou aceitamos o desafio e preenchemo-lo nós próprios.
A primeira solução atrai pela facilidade. Mas o segundo trará infinitamente mais benefícios.
Porque no final das contas, a pessoa mais valiosa que você conhecerá após um rompimento é você mesmo.