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Qual é a diferença entre o sal normal e o sal do Himalaia?

Os benefícios do sal do Himalaia foram exagerados

O sal do Himalaia é extraído no Paquistão, em minas de sal perto do Himalaia. Obtém sua cor rosada graças ao óxido de ferro e outras impurezas contidas no solo. Mas seu sabor e cheiro praticamente não diferem do sal comum. Além de ser adicionado à alimentação, o sal rosa do Himalaia também é utilizado na fabricação de luminárias, como aditivo de banho, em esfoliantes corporais e outros produtos de beleza.

O sal do Himalaia é mais saudável do que o sal de cozinha?

Alguns fabricantes afirmam que o sal rosa do Himalaia é mais valioso para a saúde porque é superior ao sal de cozinha branco na quantidade de micro e macronutrientes, ao mesmo tempo que contém menos sódio.

Na verdade, cientistas australianos descobriram que o sal do Himalaia contém aproximadamente 8% menos sódio do que o sal branco iodado. E cerca de 8,5 vezes mais cálcio (2,6 g/kg vs. 0,3 g/kg), 32 vezes mais magnésio (2,6 g/kg vs. 0,08 g/kg) e 24 vezes mais potássio (2,4 g/kg vs. 0,1 g/kg). Além disso, 0,63 g/kg de ferro e 0,002 g/kg de manganês foram encontrados em um produto das minas paquistanesas, enquanto esses elementos não estavam presentes no sal branco iodado.

E embora todos esses minerais sejam realmente necessários ao corpo, consumir cristais rosa não ajudará a prevenir ou compensar sua deficiência. Para obter pelo menos alguns benefícios à saúde, você precisa comer mais de 30 gramas de sal do Himalaia por dia. Ao mesmo tempo, a OMS recomenda limitar o consumo de sal de cozinha a 5 g por dia. Exceder a norma pode aumentar a pressão arterial e aumentar o risco de doenças cardíacas.

Além disso, o sal rosa contém elementos que podem ser tóxicos: alumínio, enxofre, bário e silício. Porém, sua quantidade está dentro da norma permitida e dado o baixo consumo do produto por dia, não representa risco à saúde. Assim, o sal do Himalaia não irá envenená-lo, nem ajudará a prevenir ou suprir deficiências minerais. E dado o sabor indistinto e o alto preço, é melhor gastar dinheiro em algo realmente útil como vegetais frescos.

As lâmpadas de sal do Himalaia podem melhorar a respiração e o humor?

Na descrição desses produtos, você pode ler que o aquecimento do sal do Himalaia provoca a liberação de íons com carga negativa, que têm um bom efeito na saúde física e mental de uma pessoa. Na medicina alternativa, existe até um campo separado em que as pessoas são tratadas com sal – a haloterapia. Há algumas evidências de que passar 30-60 minutos em uma sala com 10-30 mg de cloreto de sódio fino por metro cúbico ou inalar vapores de sal através de um inalador pode melhorar a função pulmonar e facilitar a respiração. No entanto, a meta-análise deste tratamento constata que é impossível concluir sobre a sua eficácia devido à falta de estudos de qualidade. Portanto, os cientistas nem têm certeza sobre as cavernas de sal e sobre o efeito das lâmpadas.

Para a saúde mental, há evidências de que os íons negativos podem reduzir a gravidade da depressão, especialmente se forem de pelo menos 2,7×106 por cm³. Mas não afetam a ansiedade, o humor, o relaxamento, o sono e o controle pessoal. Além disso, os experimentos costumam usar ionizadores elétricos, não cavernas de sal e, mais ainda, lâmpadas.

Assim, a lamparina de sal é apenas uma linda lembrança que não afetará em nada a sua saúde física e mental.

Os banhos de sal do Himalaia são úteis?

O banho em água salgada pode realmente ter um efeito benéfico na pele: alivia o ressecamento e a irritação, reduz a inflamação e melhora condições como a psoríase e a dermatite atópica. Os cientistas sugerem que os sais minerais são capazes de alterar a pressão osmótica nas células e atuar nos receptores da pele através de canais de íons piezoelétricos nas membranas celulares. Mas não está totalmente claro qual elemento da água salgada ajuda.

Um estudo observou que o sódio e o potássio evitam a perda de umidade e suavizam a epiderme, enquanto o magnésio e o cálcio não têm nada a ver com isso. Outro afirma que, ao contrário, a pele é sustentada pelo magnésio, principal elemento dos sais do Mar Morto.

Mas mesmo que isso seja verdade, a quantidade de cloreto de magnésio no sal rosa do Himalaia é muito baixa – cerca de 0,26%. Já a mistura mineral do Mar Morto, utilizada no experimento, continha 46% desse elemento.

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