Dr. Associado Atanas Mangarov, PhD: Diminui a cobertura vacinal em crianças

“Há um aumento anual ‘impressionante’ de casos de sarampo e mortes por esta infecção em 2022”, relata um relatório conjunto da OMS e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, relata a Reuters.

22 milhões de crianças em todo o mundo perderam a primeira dose em 2022 e 11 milhões perderam a segunda. Segundo a OMS, a situação não melhorou em nada desde a pandemia nos países de baixa renda, onde o risco de sarampo é maior. E na Bulgária, a tendência é alarmante, pois ficou claro que a cobertura da vacinação contra o sarampo caiu abaixo dos 90%.

“Os dados sobre imunizações contra o sarampo, a caxumba e a rubéola mostram um nível insatisfatório de cobertura vacinal, o que coloca em risco a manutenção da eliminação do sarampo e da rubéola”, diz a Análise da implementação de atividades de imunoprofilaxia na Bulgária em 2022 do Centro Nacional de Saúde e bem estar.

Os especialistas observam que o número de não imunizados por razões não médicas (principalmente recusa dos pais) excede em muito o número de não imunizados por razões médicas. O tema foi comentado pelo Dr. Associado Atanas Mangarov, Ph.D.

Cartão de visitas

O Dr. Associado Atanas Mangerov, Ph.D., é chefe da Clínica de Tratamento de Doenças Infecciosas Infantis da SBALIPB “Prof. 4. Kirov EAD – Sofia. É professor associado do Departamento de Doenças Infecciosas, Parasitologia e Medicina Tropical, e possui o grau científico “Candidato em Ciências Médicas”.

Sua dissertação foi sobre “Terapia de reidratação moderna para infecções intestinais agudas na primeira infância”, que está sendo implementada em todo o país. A mortalidade infantil no Hospital de Doenças Infecciosas de Sófia diminuiu mais de 20 vezes desde que o Assoc. Mangerov exerceu lá.

Ele é membro da Sociedade Búlgara de Doenças Infecciosas e da Equipe Consultiva Nacional para Doenças Infecciosas. É autor de numerosos trabalhos científicos.

– Associado Mangerov, o senhor vem alertando há anos sobre problemas na cobertura vacinal para algumas doenças infecciosas. Como você comentará as estatísticas alarmantes relativas à infecção pelo sarampo?

– Não tenho informações exatas, mas pode-se dizer que em relação à vacina cobiçada quase virou palavrão. E por causa deste desejo insano de impor à força o novo chamado vacinas que não foram testadas de acordo com as regras e que tiveram muitos efeitos secundários e um perfil de segurança muito fraco.

Caso contrário, observa-se também diminuição da cobertura vacinal em relação às demais vacinas que integram o calendário de imunização obrigatória. E com a vacina contra o sarampo em particular, há um problema que surgiu na década de 1990.

Foi então publicado um artigo, que posteriormente foi retratado. Segundo ela, a vacina contra o sarampo está ligada ao desenvolvimento do autismo. Este artigo foi posteriormente refutado repetidamente e, como eu disse, retratado.

Mas mesmo agora há pessoas que temem a vacina contra o sarampo porque acreditam que existe uma ligação entre o sarampo e o autismo. O que não é exatamente o caso, porque se você lembrar que no passado existia o chamado escolas para crianças retardadas. Mas essas escolas foram fechadas, de repente foi como se essas crianças de desenvolvimento lento desaparecessem (claro que não têm para onde ir, estão lá).

Foi quando as pessoas começaram a falar sobre autismo e crianças no espectro do autismo. Ou seja, é um problema que já existia antes. Portanto, na minha opinião, não se pode argumentar que existe um grande boom no autismo, apenas as crianças que então eram chamadas de uma forma agora são chamadas de autistas.

– Vamos falar da infecção em si – sarampo…

– O sarampo é uma doença muito real. É uma doença altamente contagiosa, uma infecção transmitida pelo ar que é transmitida por partículas micronasais de pessoa para pessoa.

O índice de contagiosidade chega a 100% e, na prática, quando alguém entra em contato com uma pessoa com sarampo, fica infectado. E de facto, em circunstâncias normais, se não houver vacina, mais cedo ou mais tarde, mais cedo ou mais tarde, contraem sarampo.

O que há de especial nessa infecção, que ocorre com uma erupção cutânea característica, com uma síndrome toxoinfecciosa, é que o sarampo como doença leva à supressão do sistema imunológico, resultando em complicações.

Essas complicações podem ser primárias, ou seja, causadas pelo próprio vírus, e afetam mais comumente o pulmão e o cérebro. Também podem ser secundários, devido a essa supressão da imunidade, com a qual o paciente com sarampo se torna suscetível a todo tipo de infecções secundárias.

Professor Associado Dr.

Não há nada particularmente assustador no próprio quadro clínico. A doença prossegue com febre, mal-estar geral e erupção cutânea específica.

Essa erupção tem disposição descendente, ou seja, cobre a cabeça, desce por todo o corpo até cobrir as extremidades. A duração da doença é de cerca de uma semana.

A característica do sarampo é esta erupção macro papular que cobre todo o corpo. Além disso, ocorrem alterações na mucosa oral.

Acontece que a doença tem um quadro clínico específico, muitas vezes acompanhado de tosse seca e irritante e conjuntivite (inflamação da conjuntiva ocular). Em geral, uma pessoa que apresenta essa erupção cutânea, que apresenta inflamação nos olhos e tosse, provavelmente contraiu sarampo.

– Como é tratado?

– Não existe tratamento definitivo. O sarampo ainda é uma doença autolimitada, ou seja, uma doença que desaparece por si só. Na grande maioria dos casos, o sistema imunológico lida com isso, mas às vezes as coisas podem dar errado e acabar mal.

Se você se lembra, durante a grande epidemia no país em 2009-2010, foram afetadas cerca de 24 mil e algumas centenas de pessoas, a maioria crianças. A grande maioria deles era de origem cigana e, o que é mais importante, não estava imunizada. Infelizmente, 24 crianças morreram naquela época.

Seria mais difícil que tal distribuição generalizada ocorresse agora, porque depois de 2009-2010 foram feitos muitos esforços para restaurar a cobertura vacinal. Mas nos últimos 3 anos houve novamente um declínio neste aspecto.

E não apenas pela relutância dos pais em vacinar os filhos. E porque durante a pandemia de covid as pessoas não foram ao médico; o aconselhamento infantil foi encerrado; Os escritórios do GP também não estavam totalmente operacionais.

Simplesmente não havia lugar para vacinar e muitas pessoas não tinham muita vontade de fazê-lo.

– Dr. Mangerov, a esse respeito, discutimos com você o problema daquelas mães que se recusaram categoricamente a vacinar seus filhos mesmo com as vacinas obrigatórias. Há algum progresso nesse sentido?

– No momento tudo está acontecendo da maneira usual, deixe-me dizer – da maneira normal. Mas o pior que aconteceu durante a pandemia de covid é que as vacinas contra o coronavírus ficaram literalmente escondidas atrás das vacinas padrão – aquelas que estão no calendário nacional de imunização.

– O que você quer dizer?

– Quero dizer a implicação quando algumas pessoas disseram que se você é contra as vacinas cobiçadas, você é antivaxxers. O que é manipulador porque as vacinas contra a covid nada têm a ver com as vacinas normais que existem no calendário de imunização

Só que são de um tipo completamente diferente, mesmo para eles o nome vacinas não deveria ser usado. O seu perfil de segurança era e ainda é muito baixo e neste momento até se fala em síndrome pós-vacinação. Ou seja, para uma síndrome que ocorre após a vacinação contra a covid. Esta síndrome está associada a exaustão geral, fadiga prolongada e incapacidade de suportar esforços físicos prolongados.

O vírus do sarampo pode causar “amnésia imunológica”!

– Para quais outras doenças infantis há redução na cobertura vacinal?

– Para todos os outros. É que neste momento, se olharmos para as estatísticas epidemiológicas sobre a cobertura vacinal com as diferentes vacinas, fica claro que não é o que era antes da pandemia. É menos.

– Sobre a vacina contra a poliomielite, como vão as coisas?

– Atualmente, a vacina utilizada em nosso país para a poliomielite é uma vacina comum para difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hemofilia influenza e hepatite B. Esta é a vacina hexavalente. Existe também o pentavalente, que é o mesmo, com a única diferença de que não contém o componente da hepatite B.

O que vejo na minha prática é que vemos constantemente crianças que são virgens no seu estado vacinal ou têm cobertura vacinal incompleta. E isto vale para todas as vacinas: para uns mais, para outros menos. Por exemplo, as vacinas contra a varíola, o sarampo e a papeira, que se acredita serem perigosas, têm uma cobertura vacinal muito inferior ao que deveriam.

Outra vacina com cobertura vacinal extremamente baixa é o papilomavírus humano. Permitam-me observar e salientar que no nosso país isso é feito gratuitamente (em princípio, é muito caro) para meninas de 11 e 13 anos. É uma vacina muito boa, mas apesar das suas qualidades e segurança, a cobertura vacinal é inferior a 3%.

– Por que essa vacinação não começou?

– Não começou porque as pessoas não estavam convencidas de que fazia sentido fazer esta vacina

E por falar nisso, não é só para meninas, mas também para meninos. Porque a membrana mucosa que existe no colo do útero também existe na laringe, na faringe, no ânus, no pênis. Este vírus pode se instalar nessas membranas mucosas e causar alterações malignas, que são observadas no câncer cervical.

Nos homens, esse vírus causa principalmente câncer de garganta, laringe e faringe. E mais uma coisa: tanto as vacinas contra a covid quanto a campanha de vacina contra o papilomavírus humano foram feitas por pessoas incompetentes.

– Como mudar isto para convencer as pessoas da eficácia e necessidade desta vacina?

– Em primeiro lugar, as pessoas que dão informações sobre a eficácia e segurança desta vacina devem ser informadas sobre a necessidade da sua utilização. E isso não deve ser feito por ginecologistas, embora se trate do papilomavírus humano, mas principalmente por pediatras, pediatras. Porque são eles que aconselham sobre vacinas.

E quando há uma divergência, quando digamos que o pediatra orienta os pais que a criança deve ser vacinada, muitas vezes aparece algum outro “especialista” e diz: “Eu não aceito isso, sou contra isso”. Apenas uma questão de competência e ao nível do conhecimento.

Como posso obter um relatório sobre as vacinas do meu filho?

Mas quero afirmar com ousadia que a vacina para o vírus do papiloma humano é feita de acordo com as regras do art. É uma vacina boa e segura.

Algo que não se pode dizer das vacinas contra a covid. E você sabe o que é mais estranho, para não dizer absurdo: aqueles que defenderam com tanto entusiasmo a imunização cobiçosa são contra a gripe e as vacinas contra o papilomavírus humano.

A gripe é uma doença real. Olha, a vacina contra a gripe não é muito eficaz, a sua eficácia varia entre 30 e 70%, o que não é nada pequeno.

Mas esta vacina é segura e uma boa coisa a fazer porque reduz a incidência da gripe. Enquanto para as vacinas cobiçadas não é assim. E as pessoas que não entendiam começaram a lidar com assuntos dos quais não tinham ideia.

– Este ano também aumentou o interesse pela vacina contra a gripe, certo?

– Sim, porque essa vacina passou a ser gratuita para maiores de 65 anos, o que é bom. Mas aqui se esquece um fato importante: a gripe é mais grave na primeira infância. E de facto, as crianças, aquelas que vão às creches, aos jardins de infância, têm um leque de contactos muito vasto. E na infância a gripe é grave.

A vacina contra a gripe é administrada acima dos 6 meses de idade e quando for a primeira vez na vida (entre os 6 meses e os 8 anos) devem ser administradas 2 doses, com um mês de intervalo.

E de fato, as crianças que frequentam creche, jardim de infância, escola deveriam ser vacinadas. Porque quando uma criança assim contrai gripe em janeiro e fevereiro, seu sistema imunológico aumenta ainda mais e ela tem pelo menos uma ou duas infecções virais adicionais.

Yana Boyadjieva

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